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Publicado por em 27 de agosto de 2019

8 dicas para incentivar a criatividade do seu filho

1. Ofereça muitas experiências

Crianças têm, naturalmente, uma grande variedade de interesses. Se o seu filho quer tocar bateria, dançar balé, pintar quadros e viajar até a Lua, tudo ao mesmo tempo, não se preocupe pela aparente falta de foco. Use isso a favor dele. Nos primeiros anos de vida, quanto mais experiências diversas os pequenos têm, melhor. “Antes de inovar, é preciso conhecer e testar o que já existe. Fomos criados em uma cultura que acredita que a experiência é ruim e a certeza é boa, mas na verdade é o contrário”, afirma o educador Max Haetinger, doutor em Ciências da Educação pela Universidade do Porto e diretor do Instituto Criar, em Porto Alegre (RS). Por isso, sempre que possível, leve as crianças a museus de arte, história natural e astronomia, e mostre a elas os seus filmes preferidos. Vá ao teatro, apresente diferentes gêneros musicais, viaje em família e comente a arquitetura dos prédios, as diferenças entre os animais e as características de cada planta por ali. Apresente o mundo ao seu filho e, antes do que imagina, ele também estará trazendo várias coisas novas para você.

Essa troca é essencial para a primeira etapa do pensamento criativo, que consiste na aquisição de habilidades e informações. “Parte do sucesso nessa fase é determinada pela capacidade do cérebro de armazenar conhecimento, o que é uma questão genética, já que, naturalmente, alguns indivíduos têm maior facilidade e outros, menos. Mas estudos recentes mostram que o fator mais determinante para o aprendizado é o estímulo do ambiente, oferecido pelos pais e pessoas que convivem de forma próxima com a criança”, explica o neurologista Kenneth Heilman, diretor do departamento de neurologia da Universidade da Florida (Estados Unidos).

Depois que o conhecimento sobre determinado assunto é adquirido, o processo criativo passa pela fase crítica, em que a criança começa a questionar se há um jeito melhor ou diferente para expressar um pensamento, uma forma mais fácil e simples de resolver um problema ou uma nova maneira de interpretar as informações que coletou.

Tentativa e erro são parte do processo, por isso, fique atento para não ser rígido demais ao comentar um trabalho do seu filho, e esteja aberto às ideias não tradicionais trazidas por ele. Por exemplo, se o pequeno usa o lápis roxo e não o azul para colorir o céu em um desenho, não há por que pressioná-lo para que use as cores realistas. E se não dá para ter a menor ideia do que o desenho que ele fez representa, você não precisa mentir, dizendo que ficou maravilhoso, mas pode valorizar o empenho com uma frase como: “Gostei muito de como você caprichou nesse desenho”.

Reconhecer os pontos fortes do seu filho, sem a necessidade de exagerar, fortalece a autoconfiança, essencial para a criatividade, de acordo com a psicopedagoga Quézia Bombonatto, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia.

Quando ocorre o inverso e os pais adotam uma postura muito crítica, as crianças, que dão grande valor à aprovação dos adultos, ficam com medo de tentar algo diferente. “A competitividade tem contaminado a infância, e essa busca por ser o melhor e estar em primeiro lugar dá pouco espaço para os erros. Por meio do acolhimento, tanto do que deu certo, quanto do que não deu, os pais ensinam os filhos a lidar com as falhas de forma saudável, o que é essencial para quem quer, no futuro, realizar um trabalho criativo de forma constante”, explica Quézia.

O meio ambiente, com suas folhas, pedras e troncos, entre outros elementos, é um imenso laboratório onde as crianças podem testar todo o seu potencial criativo. Então, não perca tempo: levante do sofá e aproveite! A advogada Viviane Frugis, 47 anos, faz questão de incluir passeios ao ar livre na rotina das gêmeas Ana Luisa e Sofia, 3 anos – para elas, não existe momento mais esperado do que as visitas a praias, parques e praças. “Levo as meninas pelo menos quatro vezes por semana para estar em contato com a natureza, nem que seja no parquinho arborizado, e elas adoram. Se não posso ir, conto com a ajuda do meu marido e de outros familiares. É uma prioridade para nós”, conta a mãe.

Durante os passeios, Viviane fica por perto, mas tenta não interferir nas brincadeiras, o que é recomendado para fortalecer a autoconfiança e a curiosidade, dentro dos limites da segurança, claro. “Deixo que as meninas se sujem de terra, rolem na areia e toquem nos pequenos insetos. Sei que, bem ou mal, o dia a dia delas é muito regulado, então aproveito esses momentos para dar mais liberdade. Elas voltam dos passeios relaxadas e bem-humoradas”, afirma.

4. Inclua o ócio na agenda

Com o mercado de trabalho cada vez mais exigente, muitos pais e mães se sentem pressionados a inscrever os filhos, desde cedo, em uma série de atividades extracurriculares na intenção de prepará-los para o futuro. Adquirir habilidades de forma metódica, como o domínio de uma língua estrangeira ou de um esporte, é indiscutivelmente útil, mas é preciso estar atento para não sobrecarregar a agenda das crianças e deixá-las sem tempo livre.

A imaginação e a criatividade precisam de espaço para se desenvolver, o que não acontece quando a criança está seguindo ordens em uma atividade altamente estruturada. Com o objetivo de fazer com que os filhos pensem por si mesmos, na casa da veterinária Maria Julia Barreto Gehrmann, 33 anos, mãe de Emanuel, 10 anos, e Helena, 7, o período da manhã, antes de eles irem para a escola, é dedicado ao ócio. “Libero a TV só à noite, eles não têm tablet, celular ou videogame. Dá supercerto, meus filhos inventam brincadeiras, se divertem no quintal e brincam muito mais de pintura ou massinha”, conta.

5. Permita a diversão com mais liberdade

Quando se trata de estimular a criatividade, quanto menos dirigida for a brincadeira, melhor. Para Patrícia Camargo, colunista da CRESCER, autora do Tempojunto e mãe de Henrique, 9 anos, Sofia, 5, e Larissa, 4, uma das melhores atividades para isso é o que ela chama de “cantinho”. A ideia é criar um espaço em que os pais deixam objetos que não necessariamente têm uma ligação óbvia para que as crianças decidam o que fazer com eles. Por exemplo, rolos vazios de papel higiênico e um punhado de macarrão, ou uma lata vazia e um carretel de barbante.

 

Vale também deixar elementos como livros e giz de cera sempre à mão, e permitir a flexibilização de regras em outras atividades. Por exemplo: permita que seu filho organize os blocos de montar livremente, sem se prender ao “desenho da embalagem”. Proponha novas regras para um jogo de tabuleiro que a família já conhece e dê novas letras para suas canções favoritas.

6. Incentive a leitura

Convites para a imaginação e o pensamento abstrato, os livros não podem ficar de fora da rotina das crianças. Se você encontrar uma forma de fazer com que os pequenos contribuam com a história, ainda melhor! A coordenadora pedagógica Karine Monteiro, 32 anos, cultiva esse hábito com o filho Bento, 2. “Na hora da leitura, sempre faço perguntas para ele. ‘Por que você acha que o coelhinho agiu assim?’ e ‘O que você acha que vai acontecer depois?’. Adoro ouvir as histórias de amizade que ele cria. Além de estimular a criatividade, me ajuda a conhecê-lo melhor”, diz.

7. Use a tecnologia na dose certa

Motivo de discussão entre pais e especialistas, a tecnologia pode ter efeitos negativos e positivos na criatividade das crianças. Um estudo da Universidade do Texas (Estados Unidos) com mais de 1.700 crianças de até 12 anos mostrou que os pequenos que assistem a três horas de TV por dia dedicam um terço a menos de tempo a brincadeiras criativas e a projetos de arte. Por outro lado, uma pesquisa com cerca de 500 crianças de 12 anos da Universidade de Michigan (Estados Unidos) descobriu que os pequenos que jogavam videogames se saíram melhor em testes de criatividade do que aqueles que não praticavam a atividade eletrônica.

A pequena Alicia Coutinho, 4 anos, a modelo da capa desta edição (308), transita bem pelo mundo digital e o “real”. “Ela adora assistir a vídeos na internet, mas limito o tempo. Porque ela também ama brincar no quintal de casa”, diz a mãe, a dançarina Tatiana Coutinho, 35 anos. A dica, portanto, é encontrar um equilíbrio saudável entre as telas e outras atividades, e preferir opções que estimulem a criança a participar e a aprender, como games não violentos.

8. Valorize a diversidade

O convívio com crianças de diferentes classes sociais, religiões e nacionalidades amplia visões de mundo e não há nada melhor para a criatividade. De acordo com Heilman, as sociedades mais heterogêneas, ou seja, aquelas que apresentam grande diversidade, são frequentemente as mais criativas. Em contrapartida, dogmas e crenças fechadas diminuem o ímpeto curioso, e por consequência, a criatividade. “As crianças devem conviver em um ambiente que permita a exploração, a descoberta e a discussão sobre os diferentes costumes”, diz.

FONTE: Revista Crescer
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