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Publicado por em 20 de julho de 2018

Professora usa música para diminuir estresse e aumentar rendimento entre alunos em universidade dos EUA

Antes de ter de ligar o motorzinho e testar os conhecimentos nas bocas dos bonecos durante a prova prática do curso de odontologia, os futuros dentistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, assistem a um pequeno concerto de música clássica para aliviar o estresse.

A iniciativa de usar os benefícios da música para reduzir a ansiedade e aumentar o rendimento entre os alunos do primeiro ano do curso de graduação em odontologia é da professora brasileira Elisabeta Karl, de 51 anos, que leciona na Universidade de Michigan há cinco anos.

Com três apresentações do Quarteto de Cordas formado por estudantes de artes da própria insituição na cidade de Ann Arbor, em Michigan, Elisabeta conseguiu acalmar os alunos antes de uma prova prática e de duas atividades no laboratório.

A disciplina ministrada por ela, de dentística restauradora pré-clínica, é dita entre os recém-universitários como uma das difíceis do curso porque tem 80% de aulas práticas. Nelas, os estudantes desenvolvem habilidades básicas em instrumentação dental, princípios de odontologia cirúrgica e técnicas para restaurações dos dentes.

“É motivo de ansiedade porque é quando os iniciantes aprendem a lidar com o motorzinho do dentista, aprendem a cortar um dente. É um curso bem puxado, e em geral os alunos se sentem estressados”, diz.

Elisabeta lembra que o inverno longo e rigoroso também contribui para que eles se sintam mais nervosos. “No final do inverno até quem é daqui está louco para ver o sol de novo”.

Ouvir os clássicos dos compositores Mozart, Borodin e Josquin, no entanto, surtiu efeito. As apresentações duram até meia hora e acontecem dentro da faculdade de odontologia. Para medir a ansiedade dos alunos, a professora aplicou um questionário resumido em seis testes, conhecido como Spielberger State-Trait Anxiety Inventory (STAI-6), em inglês, antes e depois dos concertos.

Segundo ela, os resultados foram surpreendentes: antes da apresentação musical, 30% da turma estava ansiosa e só 5% se sentia calma. Depois de ouvir o concerto, o cenário se inverteu e 30% declarou se sentir calmo, enquanto só 3% se sentia ansioso, diz Elisabeta.

A brasileira também notou uma evolução em uma das notas da avaliação prática. “Nessa prova os alunos precisam reproduzir o contato nos dentes anteriores e em geral há muita dificuldade. Houve uma melhora de 24%. Não acredito que tenha sido só a música porque o curso é difícil e fazemos os alunos treinarem muito, mas ela com certeza ajudou.”

No geral, o desempenho da turma foi melhor comparado aos dos alunos do ano anterior que não participaram do projeto de terapia musical.

Fonte: Site G1